quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Preferi a verdade

Falei contigo porque preferi a verdade. Preferi que me desses algo que nunca tinhas dado. Porque sei que o merecia e porque sei que me devias isso. Agora evitas o meu contacto porque achas que vai ser demasiado dficil e nao te apetece. Vais embora e ter desejado outras coisas. Estas com o pensamento do "depois la logo vejo isso". Eu só queria a verdade. Foi a ultima vez que estivemos juntos. Porque tu assim dizes. Foi a ultima vez que tivemos juntos porque nao queres despedir te de mim. Nao tens de. Nunca te pedi o que quer que fosse. Nunca pedi para fazer parte da tua vida. E agora tu tens a lata de me expulsar dela. Tens a lata de dizer que nao estou a fazer nada certo. E que nao podemos falar. Eu falo. Eu preciso de falar. é assim que eu sou. As coisas acontecem e eu nao sou indiferente. E falo sobre isso. Exponho-me sobre isso. Tenho essa necessidade. Tenho esse dever. Nunca te quis perseguir ou algo do genero. Nunca quis que me amasses mais do que amas os outros. Nunca falei em paixao. Nunca falei em amor. Quis te ao meu lado e tu quizeste me ao teu. Nao percebo. O nosso limite sempre esteve imposto pelo tempo. Nós sempre existimos na altura errada, porque raio e que nao deixas correr? Nao fujas de mim. Nao me empurres pra verdade que queres que aconteça. Dou-te o tempo que precisares pra te esclareceres. E amanha, depois desse tempo, quererei de novo ter te comigo. Mesmo que seja tarde mais pra isso. Mesmo que os oceanos nos separem. Já passou o tempo em que as palavras "saudades" e "sofrer" não iam fazer parte do futuro. Agora que já é certo deixa-me contrapo-las ao máximo, para que seja mais facil supera-las. Não lutes contra mim. Luta comigo.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

a minha cama cheira a ti

sinto a tua falta e a minha cama cheira a ti. a minha cama tem o teu cheiro e eu não me permito a isso. dormir contigo sem o teu abraço. acordar a meio da noite sem ouvir a tua respiração. será assim contigo do outro lado da realidade. apetece-me que te lembres de mim e venhas ter comigo. quero-te comigo. quero-te dentro de mim. quero-te aqui e em todo lado. tu, o teu cheiro e o teu toque. sinto-te mesmo quando estas longe. oiço a tua voz quando ainda não falaste. procuro outra coisa contigo ao meu lado. a perseguir-me na minha vida. as historias que oiço tuas fazem o meu dia. não te amo, mas a minha cama cheira a ti. mudei os lençois, e o meu peito cheira a ti. tomei banho mas a minha pele é a tua. quando te vir vou sentir-te longe. e quando estás longe, o meu leito tem-te aqui. nao te guardo. nao tenho pedaços teus. mas a minha cama cheira a ti. que bela forma de enlouquecer. tu não existes, e a minha cama cheira a ti.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

O rótulo

 Ando embaciada por um pensamento há já vários dias: a necessidade do rotulo. Todos os seres humanos têm uma necessidade estúpida de rotular tudo aquilo que vêem, fazem, querem, e sentem. Para mim, este último é o que torna o rotulo a coisa mais imbecil criada na terra. Deixa-me rotular ligações humanas. Deixa-me contar ao mundo que fiz isto, e faço aquilo para os fazer sentir aquilo que eu quero, para que me possam rotular como eu quero e não como eu realmente sou. Há coisas que acontecem, e são simplesmente coisas que acontecem e nada mais. Não têm obrigatoriedades, nem premissas, nem têm de ser assim ou assado, podem ser simplesmente como elas são. Quando prometemos que nada iria mudar entre nós por causa de uma simples manha, era mesmo para isso. Para eu não ter de me sentir obrigada a andar de mão dada contigo na rua. Não que eu não quisesse andar de mão dada contigo na rua. Mas quando pões isso em tom de obrigação, dá-me vontade e emigrar para outro pais e nunca mais te ver. Nunca mais sentir a tua falta. Nunca mais querer que me ames numa hipotética manha. Não podes correr atrás de mim o resto do tempo, apenas porque numa altura nos cruzamos. A vida é feita disso mesmo. E não é por isso que todos tenhamos de depender do rotulo de todos. Naquela manha tu não procuravas um casamento, ou uma namorada, ou um relacionamento Tu apenas procuravas um corpo. Um calor. Um beijo. Volta a essa amanha, e pensa de novo se queres que isso te defina. Porque se isso te definir tudo o resto tem de o fazer também. Tu prometes-te que eu não seria importante. Que nada entre nós se falaria de novo. E não estás a cumprir. Está a querer rotular, estás a querer que eu diga sim ou sopas. Quando nada na vida é sim ou sopas. Estás a querer que eu acorde do nosso sonho, te abrace e diga "que pesadelo que tive!". Eu gosto muito de ti. Mas não preciso disso. Tenho mais para descobrir. Tenho mais para procurar, para conhecer. Se me colar já a ti, a minha vida leva uma quebra gigante que eu não quero que tenha. Porque é que não podemos descobrir-nos e descobrir o mundo sem sermos pega monstros um do outro? Tu vais embora, e eu vou ficar. E sou feliz com aquela manha e com todas as manhas que por ai vierem. é por isto que o mundo irá acabar um dia. Para existir alguma coisa, que verdadeiramente, ninguém conseguirá rotular. Nessa altura, vem ter comigo, e sorri.

domingo, 24 de junho de 2012

Veneno

Fui envenenada. Dei tudo o que tinha. Abri as portas de minha casa, do meu seio familiar. Alinhei nas suas mentiras de auto-protecção, humilhando-me a mim própria. Preocupei-me até ao último momento, aquele em tenho o copo na mão com a bebida mortal lá dentro. E embora saiba o que lá está e que no segundo a seguir posso estar morta, bebi o veneno de plena consciência. Só queria saber se tinhas a coragem de ir com isso até ao fim. Deste-me a morte que nem a um cão se dá. Mataste-me como se eu fosse um bicho nojento que causasse a tua morte. Dei tudo o que tinha para te fazer mais feliz. E tu mataste-me com um dia de antecedência. Como eu nunca pensei que o fizesses. Usaste-me como teu saco de pancada, enquanto durante a noite eu era a almofada que abraçavas. Nunca te esqueças que isto aconteceu. Continua a revoltar-te contra mim. Continua a mandar venenos para que morra, que eu, estarei sempre aqui, a teu lado, para te lembrar, que nunca me matarás.

domingo, 10 de junho de 2012

Foge, Foge

Foge, continua a fugir. Enterra a cabeça na areia. Volta para aqueles que te dão palmadinhas nas costas e te passam as mãos pela cabeça. Vais continuar pequenino. Nunca hás-de crescer. Mentes, foges, enterras-te. Não vais ser ninguém. Obrigas os outros a carregar-te como um peso que têm de amar. Eu cansei. Quero crescer. E se estás ao meu lado, vais ter de crescer também. Se não queres isto, vai. Mas não me arrastes contigo. Ilude-te. Luta em casa sentado no sofá, e depois reclama, como se tivesses razões para isso. Ainda não percebes-te que as coisas boas conquistam-se? Ainda não percebes-te que parar é morrer? Agora vai. Foge de mim. Diz ao mundo inteiro que eu sou uma pessoa horrível que te abandonou e te deixou sozinho. Vai correr o mundo e organiza um exército contra mim. Cria tanto ódio e tanta revolta que é impossível ficares parado Quando fizeres isso, eu ficarei feliz e saberei que a minha tarefa ficou termina. Lutaste finalmente por alguma coisa.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

?

As pessoas perguntam-me porque levo a minha vida assim. Porque me arrisco a ficar mais uma hora na rua e a levar uma facada. Porque me arrisco a experimentar aquela bebida ou aquela droga. Porque me arrisco a levar a cabeça das pessoas ao limite, até levar um estalo ou com uma bebida na cara. A resposta é simples. Quando tiver que parar de fazer estas coisas, quero fazê-lo com a plena consciência, que já fiz tudo o que queria. Não quero morrer com arrependimentos. Não quero morrer, e naquele segundo antes ir quando pensar na vida que tive, sentir que deveria ter experimentado qualquer outra coisa. Tu, que me criticas, hás-de estar casa e com filhos, da tua primeira namorada, e arrependeres-te de nunca teres saltado desse barco antes.
A morte que eu mais desejo, é aquela em que eu decidirei que quero morrer. Até lá, vivo sem ter medo de chegar perto. Quando não tiver medo de nada, serei plenamente livre.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

sonho

Hoje comecei aquilo que pode ser a realização do meu maior sonho. E o sonho não era meu. Num momento em que a dúvida é a única certa na minha vida, envolvi-me num compromisso profissional, mas a cima de tudo espiritual. Quero mudar-me. Quero que o mundo mude. Preciso de ver a mudança, para apagar o que passou e criar novas memórias, mais ricas, mais fortes. Quero construir-me com este projecto, ao mesmo tempo que o construo-o a ele. Quero acreditar que estou aqui por um motivo. Estou destinada a alguma coisa. Não é, de todo ter o meu nome na história, tem mais a ver com a doação de algo bom a quem por ai anda necessitado disso. Hoje em dia no meu país as pessoas sonham entre o pensamento de pagar a renda, e o de meter comida na mesa. Eu só quero criar o sitio onde elas possam sonhar livremente, sem ser entre pensamentos. Quando der isso nem que seja a uma só pessoa, todo o meu trabalho foi justificado e concretizado. Terá valido a pena.

sábado, 7 de abril de 2012

Doi

Ninguém faz ideia que doí. Mas doí. Estou capaz de cometer uma loucura da qual amanha vou ter uma vergonha tremenda. Hoje vi a verdade sobre o meu conto de fadas. A verdade nua crua. O tempo. Amaste-me e não era tempo. Amei-te e o tempo passou. Amo-te e é como se amasse uma ideia passada. No passado seriamos feitos um para o outro. Se o passado não passase hoje eu era tua e tu meu. Hoje não teria de ler estas palavras escritas por outra pessoa que no presente ocupa o meu lugar destinado ao passado. Um passado que não existe. Um passado que fica nos meus sonhos. O melhor passado. Ignorei. Ignorei. Não consigo. A tua percepção faz-me querer uma resposta sem ter feito uma pergunta. Não sei o teu nome completo e sinto que já te conheço. Sei que os nossos corpos encaixam mesmo sem te tocar. Sei que lês os meus olhos tal como eu leio os teus. Sei que me amas, naquele passado, o meu presente. Sinto-te aqui sem te ter. Sinto-te meu, quando és de outra pessoa. Ama-me a mim. Escolhe-me a mim. "Vamos todos morrer, por favor salva-me."

segunda-feira, 12 de março de 2012

Só tinha pedido para não me deixares. Nunca trocarei a minha lliberdade por ninguem. E prezo-a o suficiente para nao fazer ninguem troca-la por mim. Mas não podias ter sido livre comigo? mudaria assim tanta coisa se voassemos e caissemos juntos? Cada um na sua liberdade. Cada um na sua sensibilidade. Somos todos rostos de tédio. Ninguém mais brilha e floresce. Só em momentos. Já não há pássaros que caiam das árvores e sobrevivam. Já não há dores que por gosto não se sintam. Já não há sorrisos sem intenções. Vamos todos morrer, por favor salva-me. Poderíamos ser donos do mundo. Poderiamos deslizar no meio de outros seres que nunca compreenderiam o nosso estado. Se voassemos juntos não cairiamos. Não podias ter sido livre comigo? Sem aceitar condicionantes, perdoando tudo. Sendo insensivel a desgostos. Nao podemos simplesmente ignorar o petroleo que nos prende e nos tenta rebaixar? Vou faze-lo. Não quero ser mais um rosto de tédio. Não sei como é doutra fora. Eu sou o pássaro que caiu do ninho e sobreviveu. Está neste momento a aprender a voar. Não me prendas. Não me fujas. Voa comigo.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

20 de Setembro

O meu nome é Amélia. Sou de Santarém., mas vivo em cascais, com o meu marido. Casei muito nova. Apesar de ser quase licenciada, nunca exerci a minha profissão. Casei-me e deixei os estudos passado um ano. Nunca passei necessidades económicas, por isso dediquei a minha vida á família. O meu marido chama-se Gabriel. Trabalha na política. Nem sei dizer ao certo o que ele faz. Sei que saí cedo de casa, e chega tarde. Que detém nele todo o poder económico da família. Pertencemos a uma classe alta. Somos muito bem vistos na sociedade. Sem sonhos ou realizações pessoais, eu acordo todos os dias, e visto-me para ir para o sofá da minha sala, dar ordens ao mordomo para que nada falhe na vida dos outros. Tomar conta da minha casa e da minha família, deu conta de toda a minha vida. O meu casamento sempre foi feliz, eu não me dignava a desautorizar as decisões do Gabriel. Tal como todos os casamentos, o nosso não escapou à regra, e foi decaindo com a passagem do tempo. Já não estamos apaixonados, mas o divórcio está fora de questão. Perante esta vida a única coisa que me fazia totalmente feliz, era o meu filho, Duarte. Simplesmente porque foi a única coisa que eu consegui ter. Como uma obra-prima só minha. Quis que ele tivesse tudo. Mimei-o em todos os anos da sua vida, excepto naqueles em que ele mais precisou de mim. Foi o meu único filho. O Duarte sempre foi um rapaz bonito, muito bonito. Sempre teve muitas namoradas, e nunca teve problemas em traze-las lá a casa. Tinha com ele, uma óptima relação, nunca nos zangávamos e ele confidenciava-me muitos dos seus segredos. A partir de uma certa idade, o Duarte começou a tratar-me mal. Parecia que não gostava mais de mim, eu pensei que tivesse a ver com a adolescência. O Duarte começou a ficar cada vez mais distante. No último dia de aulas houve um baile de gala, para encerrar o ano escolar. O Duarte tinha dezoito anos. Apareceu em casa, muito revoltado. Ele havia me falado no baile, e por isso eu perguntei lhe se iria. E ele disse me que não. Que não queria ver mais nenhum dos seus amigos. Eu não percebi. Começou a chorar agarrado a mim. Dizia que já não se conhecia, que não sabia quem era. Não soube o que fazer. Não percebia o que ele queria dizer com tudo aquilo. Nunca tinha visto nos seus olhos um desgosto tão grande. Disse me que queria fugir dali, e que nunca mais sairia à rua. E assim fez durante dias e dias. Fiquei tão preocupada que passados dois dias de refúgio do Duarte, decidi ir à escola e procurar alguem que me dissesse o que se passava com o meu menino. Falei com todos os seus amigos e ninguém me soube responder. Falei com professores e todos me disseram que Duarte era um rapaz exemplar e que não tinha reparado em nenhuma alteração no seu comportamento. Quando estava a sair da escola um rapaz veio ter comigo, eu não o conhecia. Pediu-me que entregasse ao Duarte uma carta. Pensei mil vezes antes de o fazer, mas eu sou mãe. E aquela era a única forma de ajudar o meu menino. A carta era do rapaz que ma tinha entregado, pedia desculpas ao Duarte. Estavam apaixonados. Fiquei apavorada. O meu marido é um político de renome, e não sabia o que fazer. Selei o envelope e entreguei a carta ao Duarte. Esta foi a forma como eu soube. O Duarte sempre foi um rapaz muito artístico. Ele queria ir para artes, mas o Gabi não o deixou, disse que ele se tinha de licenciar em gestão primeiro porque tinha de garantir o futuro. Foi por aqui que as discussões entre o Duarte e o Gabriel começaram. O Duarte acusava o pai de não o querer conhecer, de não compreender que ele tinha um querer, um objectivo. Que não podia fazer as coisas obrigado. Numa dessas inúmeras discussões, o Duarte descaiu-se do seu maior segredo. E disse ao pai que era homossexual. O Gabriel passou-se da cabeça, pôs o Duarte de castigo aos dezoito anos e proibiu-o de sair de casa. Proibiu-o de ser quem ele era. Disse que ele era a vergonha da nossa família. Passados uns dias de castigo o Duarte fugiu de casa, e o Gabriel deu sentimentalmente o filho como morto. Disse que se ele tinha saído nunca mais voltaria a entrar naquela casa. Passado um mês com a sua ausência, o Duarte apareceu em casa, com uma carta. Tinha feito um rastreio, e era seropositivo. O meu filho com SIDA! O mundo estava a ruir em cima de mim, só o queria apoiar. Se nós tivéssemos compreendido o meu filho ele nunca teria fugido de casa ora viver na rua e apanhar sida. Com o medo da opinião da sociedade, levamos o meu filho para a casa de Santarém. O Duarte começou a emagrecer. Cada vez tinha menos apetite e cada vez se sentia mais fraco. Estava sempre constipado e caía facilmente. Foram os dias mais dolorosos da minha vida. Ver o meu filho a ser corroído pela morte. Foi acordar todos dias durante dezoito meses a pensar quantas horas mais o Duarte viveria. O meu filho. O meu menino estava a morrer à minha frente e eu não podia fazer nada. Foi como se me arrancassem o meu coração lentamente. Passados dezoito meses o meu filho morreu. Fiquei só eu e o Gabriel. Nunca falamos sobre aquele assunto. Nunca. Mas o Gabriel, consumido pela culpa da morte do meu filho, arrasta nos para reuniões do luto gays. Faz doações a associações de luta contra a SIDA. Acha que assim vai redimir-se da culpa de ter morto o nosso filho. Não percebe que isso não o vai trazer de volta. Mete me nojo aquele cinismo. Mete me nojo a minha impotência. O meu filho pesava trinta quilos quando o enterrei. Não o soube a ajudar. Que espécie de mãe sou eu? 

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Isso, Isso

Precisei de respirar. Respirar de todos. Respirar de tudo. Uma pequena situação familiar fez-me perceber que estou entupida com ar de todos os outros. Precisei de respirar, isso! Estava a ficar com taquicardia. O meu coração começou a acelerar. Senti-o quase a rebentar. Salvei-me a mim por própria por começar a respirar o meu próprio ar. E não o ar dos outros. Depois percebi. Também haviam pessoas a roubar-me o meu ar. A usarem-no com um aspecto tão inocente, fingindo que não eram anos de vida que me estavam a retirar. Olha para mim, estou a roubar-te o teu ar e não sou menos do que teu amigo. Depois de encontrar o ar que me pertencia a vida ficou toda muito mais simples. Tudo virou calmo e ordenado e ninguém roubava nada a ninguém. Porque nós não roubamos. Nós não tocamos em nada. Isso, isso. Nós somos daqueles que tomam apenas decisões acertadas. Nós não tiramos o ar dos outros. Limitamo-nos a respirar o ar que nos pertence. E se esse não for suficiente, aprendemos o significado da palavra conformar. Se não nos conseguirmos conformar, então a desonra é a única coisa que nos resta. Porque ninguém nos acha merecedores de ar. Ninguém nos dará esse ar que precisamos. Por isso conforma-te com ar que tens no teu poço. Mais importante que viver, é ter honra. Nem que morras para não a perder.