domingo, 24 de junho de 2012

Veneno

Fui envenenada. Dei tudo o que tinha. Abri as portas de minha casa, do meu seio familiar. Alinhei nas suas mentiras de auto-protecção, humilhando-me a mim própria. Preocupei-me até ao último momento, aquele em tenho o copo na mão com a bebida mortal lá dentro. E embora saiba o que lá está e que no segundo a seguir posso estar morta, bebi o veneno de plena consciência. Só queria saber se tinhas a coragem de ir com isso até ao fim. Deste-me a morte que nem a um cão se dá. Mataste-me como se eu fosse um bicho nojento que causasse a tua morte. Dei tudo o que tinha para te fazer mais feliz. E tu mataste-me com um dia de antecedência. Como eu nunca pensei que o fizesses. Usaste-me como teu saco de pancada, enquanto durante a noite eu era a almofada que abraçavas. Nunca te esqueças que isto aconteceu. Continua a revoltar-te contra mim. Continua a mandar venenos para que morra, que eu, estarei sempre aqui, a teu lado, para te lembrar, que nunca me matarás.

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