domingo, 24 de junho de 2012

Veneno

Fui envenenada. Dei tudo o que tinha. Abri as portas de minha casa, do meu seio familiar. Alinhei nas suas mentiras de auto-protecção, humilhando-me a mim própria. Preocupei-me até ao último momento, aquele em tenho o copo na mão com a bebida mortal lá dentro. E embora saiba o que lá está e que no segundo a seguir posso estar morta, bebi o veneno de plena consciência. Só queria saber se tinhas a coragem de ir com isso até ao fim. Deste-me a morte que nem a um cão se dá. Mataste-me como se eu fosse um bicho nojento que causasse a tua morte. Dei tudo o que tinha para te fazer mais feliz. E tu mataste-me com um dia de antecedência. Como eu nunca pensei que o fizesses. Usaste-me como teu saco de pancada, enquanto durante a noite eu era a almofada que abraçavas. Nunca te esqueças que isto aconteceu. Continua a revoltar-te contra mim. Continua a mandar venenos para que morra, que eu, estarei sempre aqui, a teu lado, para te lembrar, que nunca me matarás.

domingo, 10 de junho de 2012

Foge, Foge

Foge, continua a fugir. Enterra a cabeça na areia. Volta para aqueles que te dão palmadinhas nas costas e te passam as mãos pela cabeça. Vais continuar pequenino. Nunca hás-de crescer. Mentes, foges, enterras-te. Não vais ser ninguém. Obrigas os outros a carregar-te como um peso que têm de amar. Eu cansei. Quero crescer. E se estás ao meu lado, vais ter de crescer também. Se não queres isto, vai. Mas não me arrastes contigo. Ilude-te. Luta em casa sentado no sofá, e depois reclama, como se tivesses razões para isso. Ainda não percebes-te que as coisas boas conquistam-se? Ainda não percebes-te que parar é morrer? Agora vai. Foge de mim. Diz ao mundo inteiro que eu sou uma pessoa horrível que te abandonou e te deixou sozinho. Vai correr o mundo e organiza um exército contra mim. Cria tanto ódio e tanta revolta que é impossível ficares parado Quando fizeres isso, eu ficarei feliz e saberei que a minha tarefa ficou termina. Lutaste finalmente por alguma coisa.